REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
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Voto
1/2013
De Homenagem Póstuma ao Líder Nacional e Comandante Nino Konis Santana, Chefe do Conselho Político-Militar das FALINTIL, Secretário do Comité Executivo da Luta da Frente Clandestina/CEL-FC e Secretário da Comissão Directiva da FRETILIN
Nino Konis Santana foi Líder Nacional e Chefe do Conselho Político-Militar das FALINTIL, as forças de guerrilha que lutaram contra a Indonésia e pela independência de Timor-Leste.
Nino Konis Santana nasceu na aldeia de Veru, Suco de Tutuala, a 12 de Janeiro de 1957, tendo sido batizado com o nome de Antoninho Santana. Efetua os seus estudos entre Tutuala e Baucau, frequentando o curso de professor entre 1973 e 1975 e exercendo funções pedagógicas, na zona de Lospalos, até 1979.
A sua atividade política inicia-se em 1975, quando se torna um dos dirigentes da União Nacional dos Estudantes Timores (UNETIM). Entre 1975 e 1977 associa-se à Organização Popular da Juventude Timor (OPJT), da qual é tornado responsável em 1979, em Tutuala.
Após a invasão e ocupação indonésias, Nino Konis Santana refugia-se nas montanhas e ingressa na luta armada, sob o cargo de Delegado do Comissariado do Sector da Ponta Leste. Entre 1979 e 1980 torna-se Assistente Político da Região Talismã.
Em 1981 foi nomeado membro do grupo de ligação liderado por Kay Rala Xanana Gusmão e de 1983 a 1991 detém o cargo de Comissário Político da Região Militar Nakroman. Entre 1991 e 1993 torna-se Vice-Secretário da Comissão Directiva da FRETILIN.
Com a captura, em 1992, do Comandante Supremo da Luta de Libertação Nacional, Kay Rala Xanana Gusmão, e, no ano seguinte, do Comandante MaHunu Krathayana, Nino Konis Santana ascende a Chefe do Conselho Político-Militar, órgão de comando das FALINTIL, tendo ainda chefiado o Conselho Executivo da Frente Armada e desempenhado o cargo de Secretário do Comité Executivo da Luta da Frente Clandestina, na sequência do desaparecimento de Kery Laran Sabalae.
Nino Konis Santana passou ainda a assumir a liderança da FRETILIN, como Secretário da Comissão Diretiva.
Tendo chamado a si, a partir de 1993, a coordenação dos valorosos resistentes, a sua ação, numa altura em que a desproporção entre os soldados indonésios e timorenses era abissal, revelou-se essencial para o sucesso da luta pela libertação nacional.
Religioso, Nino Konis Santana chegou a construir um pequeno oratório, dedicado a Nossa Senhora de Fátima, no esconderijo onde viveu os últimos seis anos da sua vida, a partir do qual conseguia comandar as forças no terreno, nomeadamente através de comunicações de rádio, de telefone via satélite e do serviço de estafetas, que levavam e transmitiam mensagens.
Devido a complicações de saúde, aliadas à falta de assistência médica, Nino Konis Santana acaba por falecer a 11 de Março de 1998.
Por ocasião da trasladação dos restos mortais de Nino Konis Santana, o Parlamento Nacional entende dever homenagear a figura valorosa e intrépida de um dos seus grandes heróis e líderes da luta pela independência, a quem a Nação muito ficou a dever.
O Parlamento Nacional expressa, assim, o seu profundo reconhecimento pelo papel determinante da intervenção do saudoso companheiro e irmão Nino Konis Santana, curvando-se respeitosamente perante a sua memória.
Aprovado em 18 de Dezembro de 2012.
Publique-se.
O Presidente do Parlamento Nacional,
Vicente da Silva Guterres